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Para manter a tradição, começando a retrospectiva de um ano memorável!
2024 começou do jeito que eu gosto, viajando.
Tive oportunidade de visitar a #WAICF – World Artifical Intelligence Festival, em Cannes. E o CERN Science Gateway e seu acelerador de partículas.
Onde vi e vivi o que virá sobre #InteligênciaArtificial em todas as áreas e o começo de uma discussão que vai longe ainda, sobre #ComputaçãoQuântica.
Inteligência Artificial em Cannes
Estive em viagem de férias pela Europa no começo do ano e aproveitei pra uma passada pelo Festival de Inteligência Artificial de Cannes (WAICF). O evento aconteceu no “The Building” como é conhecido o Palais des Festivals et des Congrès, o centro de convenções em Cannes, França. É o mesmo local onde acontece o Festival de Cinema de Cannes, o Festival Internacional de Criatividade de Cannes Lions e o NRJ Music Awards. Foi uma oportunidade falar sobre Inteligência Artificial no palácio onde cinema, mídia e publicidade são reis. E muita coisa foi falada sobre IA, o “crème de la crème” para 2024.
Entre os patrocinadores empresas como IBM, Nvidia, Huaway, Hewlett Packard, interessadas não apenas em mostrar seus produtos para o desenvolvimento e evolução de soluções usando Inteligencia Artificial, mas expor seus pontos e visões sobre o futuro dessa tecnologia e seus impactos.
Não consegui assistir tudo, mas posso falar do clima do evento e alguns pontos legais. O prefeito de Cannes abriu o evento ressaltando a importância da cidade e dos festivais, e reforçando o quanto IA vai abalar o mundo. “Já que será assim, melhor entender tudo que pudermos sobre ela”.
Muitos painéis com participação de empresas, startups, universidades e governos trouxeram a preocupação com o uso sem controle da Inteligência Artificial, ética e governança - assuntos que estavam sempre nos debates.
Areas como infraestrutura, saúde, mídias, projetos trataram de soluções com IA generativa, modelando novas soluções, timizando recursos e tempo e chegando a lugares que não eram possíveis antes.
Teve uma agenda específica de Fundos de Investimento que abordou oportunidades do mercado, governança e, o principal ponto: “depois da euforia, como ser seletivo sobre investimentos em IA?” Empresas participaram dessa discussão confirmando o apetite de investimentos para programas que entreguem soluções para suas demandas.
Teve um debate muito legal com o Ecossistema de Pesquisadores de Computação Quântica colocando o ponto de vista da academia e do setor governamental sobre essa evolução que está cada vez mais acessível. A ideia de desenvolver sistemas de IA que possam compreender o mundo em vez de apenas prever a próxima palavra ou código começa a ser materializada em uma estrutura que permite às máquinas aprenderem da mesma forma que os humanos. A máquina não apenas pode olhar para uma imagem e reconhecê-la, mas também compreender o significado do objeto.
A Tesla expôs pela primeira vez na Europa o Robô Humanoide Optimus - mas foi só exposição mesmo, sem demonstrar funcionalidades. Já a humanoide Sara, primeiro robô da Arábia Saudita, participou da solenidade de abertura do evento.
A empregabilidade foi assunto bastante debatido, neste sentido além do básico sobre a mudança das profissões, uma atenção especial para o impacto em atividade de altos executivos que não estão preparados para o uso de IA na tomada de decisões.
No fim, três pontos fortes do evento:
O Humano priorizado, a busca de melhores caminhos para a interação homem/ máquina entregando melhores benefícios para a humanidade;
menos discurso, mais ações para as preocupações sobre privacidade, ética e segurança. As empresas que estão na corrida das soluções também são responsáveis por garantir ações práticas destes pontos;
Um caminho sem volta. Aprender, compartilhar e avançar.
O mundo Quântico
Em 2012 um campo gerador de massa associado a uma partícula chamada bóson de Higgs foi descoberto por pesquisadores no CERN - Organização Europeia para a Investigação Nuclear. Essa descoberta foi apelidada de “Partícula de Deus”. Seu estudo está sendo crucial para explorar os mistérios na física de partículas e na cosmologia, desde a variação das massas até o destino do universo.
As instalações do CERN ficam na fronteira da Suíça com a França e, nos dias em que estava em viagem pela região, não podia deixar de visitar este lugar tão emblemático. Ainda mais na companhia de três engenheiros.
O CERN reúne centenas de universidades e instituições de pesquisa ao redor do mundo, dezenas de milhares de cientistas na busca de conhecer o desconhecido. Antes da “partícula de Deus”, a descoberta mais famosa do CERN foi a própria internet (já falei em artigos aqui sobre isso).
É no CERN que está o maior experimento científico do mundo. O LHC, o acelerador de partículas que (em uma explicação bem simplista) tenta simular o ambiente do BIgBang para entender a estrutura da matéria que formou o universo e encontrar outras dimensões do espaço. Trata-se de um túnel de 27 km de comprimento (entre a França e a Suiça) há mais de 170 metros abaixo da superfície.
Mas não é meu objetivo falar sobre física quântica, mesmo porque não entendo dela além das notícias e de experiências como essa. O que quero reforçar é como um lugar que trata de um assunto tão complexo, tão voltado à comunidade científica se preocupa em transformar ciência e aprendizado em experiência e diversão para atrair todos os públicos - crianças, estudiosos ou apenas curiosos. Um museu (com entrada gratuita) e incríveis ambientes que mostram os túneis subterrâneos onde os menores blocos de matéria aceleram e colidem. As exposições são cheias de experiências práticas, jogos, robôs… Só dessa forma dá pra ficar mais perto da física quântica e ouvir a explicação de por que o sol brilha, como as plantas crescem…E olha que legal, 2024 já está sendo o ano recorde de participação de mulheres e meninas em eventos de Ciência e Tecnologia lá. Percebem como isso muda o jogo?
Parece muito distante do nosso dia-a-dia, e pode ser que seja mesmo, mas gosto de fazer conexões com todos os aprendizados. Na mesma semana que estive no CERN, estava acontecendo um evento organizado pelos Emirados Árabes, a Cúpula Mundial de Governos onde um dos destaques foi o painel do Ministro da Inteligência Artificial dos Emirados Árabes com o CEO da Nvidia, Jensen Huang, um dos homens do momento (dizem que a Nvidia já vale mais que Google e Amazon na bolsa de valores).
Entre muitos assuntos sobre IA que trataram como infraestrutura de servidores, computação acelerada (recomendo ouvir), uma fala se conecta aqui - sobre despertar a curiosidade de jovens e crianças em áreas promissoras para os jovens, Huang disse que na visão dele não é a ciência da computação. Ele ressaltou que a "IA vai democratizar a tecnologia para que ninguém mais precise programar".
Será que não vimos isso acontecer ao longo do ano?
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